Rafaell Altino leva sua arte a diversas partes do globo, como solista e camerista. Atua, além disso, como violista principal da Sinfônica de Odense desde 1997. Forte defensor da música nova, volta-se em seu mais recente álbum para um grupo relevante de peças contemporâneas para viola, da lavra de mulheres nascidas ou radicadas no Brasil. Eis BRAZILIAN WOMEN COMPOSERS: MUSIC FOR VIOLA, com obras de Marisa Rezende (1944), Ilza Nogueira (1948), Silvia de Lucca (1960), Tatiana Catanzaro (1976), Rami Levin (1954) e Jocy de Oliveira (1936).
Em Brasil, 1959 “Uma Seresta para Villa”, Ilza Nogueira homenageia Heitor Villa-Lobos (1887-1959), recorrendo a harmonias e gestos melódicos alusivos a suas serestas. A faixa conta com a participação da premiada pianista Ana Lúcia Altino, mãe de Rafaell, e o refinamento do duo se ouve em cada frase musical. Diálogo, segundo sua compositora, Marisa Rezende, “abriga diferentes estados de espírito”, premissa notavelmente consubstanciada pela versatilidade da interpretação de Rafaell Altino. As nuanças de sua arte ainda envolvem os sons eletroacústicos em Intarsia, de Tatiana Catanzaro; e por eles são cingidas, criando-se no processo um opulento mar sonoro.
BRAZILIAN WOMEN COMPOSERS: MUSIC FOR VIOLA constitui-se em um registro de pertinência singular. Com performances primorosas e obras instigantes da música clássica do presente, proporciona uma perspectiva essencial da contribuição feminina para a cena artística brasileira, tecendo uma interlocução sedutora entre estilos diferentes. Artes plurais, de mulheres que precisam ser ouvidas.
Release por Daniel Bento – @enxerguemusica