Nesse álbum, o mundo das “tintas sonoras” e magia tímbrica de dois dos maiores mestres do impressionismo, é recriado por essa incansável artista, que, em sua maturidade musical, nos oferece uma visão personalíssima da obra dos compositores franceses Claude Debussy (1862-1918) e Maurice Ravel (1875-1937).
Depois de ter percorrido caminhos expressivos na música brasileira e no repertório clássico, a pianista carioca Clara Sverner realiza mais um importante registro sonoro com suas indeléveis interpretações. Alternando em equilibrada convivência, momentos de extrema delicadeza e força expressiva, Sverner constrói uma sugestiva ponte emocional, evocada pelo inovador tratamento harmônico e combinações de timbres.
Gravado pelo produtor inglês Jeffrey Ginn em Potton Hall, Suffolk, Inglaterra, o tratamento sonoro do álbum é exemplar. Destacam-se peças mais conhecidas como Clair de Lune, da Suíte Bergamasque, de Debussy, assim como a magnifica Sonatine de Ravel, composta entre os anos de 1903 e 1905, cujo último movimento, Animé, é desafiadoramente virtuosístico, tendo assustado o próprio compositor, que não conseguia executá-lo em público.