Dentre as três sonatas Op. 2 dedicadas ao compositor Joseph Haydn, a de No. 3 é considerada como a primeira sonata virtuosística de Beethoven. Apresentando desafios de imensa dificuldade, a obra requer do intérprete um domínio técnico e também resistência física. Composta em 1795, é possível perceber que o compositor alemão estava em busca de novos caminhos, inovando em termos de harmonias, articulações e dinâmicas, além de explorar novas possibilidades para o piano, que, naquela época passava por rápidas e intensas transformações.
Já a Sonata No. 16, Op. 31 sinaliza uma abordagem irônica que remete ao teatro italiano: humor, brincadeiras, diálogos rápidos e algumas explosões tempestivas de fúria, que lembram cenas de comédias musicais. Os “italianismos” utilizados na linguagem da sonata são incontestáveis, mas é evidente que Beethoven propositadamente brincava com esta referência, sem deixar seu estilo ser influenciado por ela.
Nesse álbum, as interpretações da pianista Olga Kopylova fazem jus ao caráter inovador e disruptivo das sonatas compostas pelo gênio de Bonn, cuja obra perdurará pela eternidade, como uma das mais prodigiosas criações artísticas da humanidade.